Estudo bíblico sobre a criação do homem

ANTROPOLOGIA BÍBLICA

Antropologia, “Antropo- homem” e “Logia – estudo” ou ainda “logos – razão” é a ciência que estuda o homem e sua humanidade.

“Antropologia Teológica é a área da teologia Sistemática que estuda, a luz da Bíblia, a criação do homem. Há várias teorias acerca da origem do homem, todas contrárias ao ensino ortodoxo da Bíblia. Porém, a partir de uma análise detalhada dessas teorias, constata-se que não passam de especulações” (Prof. Josadak Lima da Silva, pag 43 – Caderno de Estudo UNIASSELVE).

“Filósofos e cientistas têm dado respostas das mais diversas para a questão. Alguns veem o homem como um animal que pode ser condicionado ou como uma máquina que age na maneira como foi programada. Outros veem o homem como um ser sexual, controlado por seu subconsciente, os instintos e os eventos de sua infância. Há os que veem o homem como um ser político econômico, cujo fator mais importante é sua situação econômica, seu poder político. Ou ainda, numa visão mais otimista, os que pensam no homem como um ser livre por natureza, bom e com poder de controlar seu destino desde que seja provido de um pouco mais de educação e tecnologia”. (AGUIAR, Apud Josadak, pag. 43 - Caderno de Estudo UNIASSELVE).

Quem sou eu e de onde vim? E se vim de algum lugar, para onde vou? 

CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO?

Para os evolucionistas tudo começou com o “BIG BANG” (Grande explosão). Para eles o universo surgiu de uma grande explosão.

Os Evolucionistas afirmam que o homem e toda espécie de vida são frutos de um processo evolutivo que tiveram sua origem no surgimento inexplicável de uma célula na qual havia uma centelha de vida e por ela teria surgido todas as coisas vivas e desses organismos vivos foram havendo mutações e ascensão gradual até chegarmos onde estamos.

Como podem acreditar que houve uma centelha de vida em uma célula que surgiu do nada, mas não creem ser Deus o criador de tudo? Eles não sabem responder de onde veio a célula primária e como ela pode se dividir em tantas células.

A velha história de quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Sabemos que Deus criou primeiro os seres vivos e suas formas de reprodução, então a galinha veio primeiro! Mas vai explicar isso pra algumas pessoas, pode gerar uma confusão. 

O CRIACIONISMO

Os criacionistas acreditam que o homem foi criado de acordo com os relatos bíblicos e tem a Bíblia como veracidade sobre a existência de toda forma de vida sendo Deus o supremo criador. 

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. (Gênesis 1:27)

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado”. (Gênesis 2:7,8)

          A Bíblia nos ensina que foi Deus que criou o homem e os demais seres vivos.

          É verdadeiro que os animais foram criados primeiro que o homem, vemos isso no livro de Genesis capitulo 1, se seguirmos a narrativa bíblica, porém os animais foram criados por Deus e o homem não é extensão deles. A Bíblia diz que Deus criou o homem e o colocou para dominar sobre todos os animais e foi o homem que deu nome a eles.

“Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo;” (Gênesis 2:19,20). 

Deus criou o homem do pó da terra, da “matéria”. O nome Adão, “Homem”, está relacionado a origem da palavra hebraica Adamah, “Terra”, “Solo vermelho ou Terra vermelha”; homem tirado da terra vermelha.

Adão é o primeiro homem, ele foi criado do pó da terra, mas recebeu em suas narinas o sopro de Deus, isso mesmo o espírito do homem veio do sopro de Deus. Por isso o Apostolo Paulo diz:

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu”. (1 Coríntios 15:45-47).

A Bíblia nos ensina que toda humanidade é procedente de Adão, isso mesmo você não veio da evolução do macaco como algumas teorias ensinam.

O homem foi criado da terra mas recebeu vida através do sopro de Deus, o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus.

Diferente dos animais o homem foi criado para dominar sobre as espécies.

ADÃO – O primeiro homem.

Existem algumas teorias errôneas que negam que Adão foi o primeiro homem, entre elas: A teoria dos coadamitas, de Algassiz, que presumem que existiram outros centros de criação, que Deus não haveria criado só Adão.

Há ainda os preadamitas, de Peyrius, que afirmavam que existiu outros homens antes de Adão.

Biblicamente essas duas teorias citadas estão erradas e são heresias. Portanto precisamos tomar muito cuidado, pois alguns estudiosos cristãos até acreditam nelas. Devemos considerar o que o Apostolo Paulo diz:

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante”. (1 Coríntios 15: 45). 

Quando estudamos os argumentos a favor da raça humana, vemos que os argumentos históricos, mostram que a humanidade saiu da Ásia e se distribuiu pelo globo terrestre. Os argumentos da Psicologia, estudando o homem vê que, mesmo morando em diferentes lugares do mundo após muitos anos, serem de culturas diferentes, eles tem em comum os mesmos apetites, as mesmas paixões, instintos, capacidades, tendências, qualidades e características mentais. Os argumentos da filologia, estudando as línguas indicam que houve um tronco em comum, e também há provas que o antigo idioma egípcio é o elo de ligação entre a língua indu-européia e a língua semita. Biblicamente isso está provado no Genesis na mudança das línguas.

“E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra”. (Gênesis 11:1-9).

O argumento das ciências naturais ou fisiologia diz que:

“A raça humana constitui de uma única espécie. Esta é a opinião comum dos especialistas em Fisiologia comparada. Há pontos de conexão entre todos os indivíduos: sangue, reprodução, características dentárias etc. As diferenças encontradas entre as famílias da humanidade são consideradas apenas como variedades da mesma espécie humana. (Prof. Josadak Lima, pág. 48).

A NATUREZA DO HOMEM

Existem algumas teorias também sobre a natureza do homem.

A teoria “Unitarista ou Monismo”, que não acreditam na existência da alma e do espírito.

A teoria “Dicotomista”, que defendem a tese de que o homem é formado somente de corpo e alma, não possuindo espírito, para eles o corpo seria o material e a alma o próprio espírito.

A teoria “Tricotomista”, “segundo esta teoria, o corpo é parte material da natureza humana; a alma é o princípio da vida animal, e o espírito é o elemento humano racional, imortal relacionado a Deus” (AGUIAR, Apud Josadak Lima, pag. 54).

Mas o que a Bíblia diz sobre a natureza do homem?

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hebreus 4:12).

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. (1 Tessalonicenses 5:23).

A Bíblia é bem clara quando fala sobre o homem, em seu espírito, alma e corpo.

Deus criou Adão do pó da terra, do material, físico, e soprou na sua narina o folego de vida, sopro do hebraico “chayyim”, cujo alguns estudiosos veem o plural como indicação da vida espiritual e física que Deus pôs em Adão, vindo o homem então se tornar “alma vivente”, do hebraico “nephesh”.

O homem foi criado por Deus a sua imagem e semelhança, ele possui espírito, alma e corpo, é isso que a Bíblia ensina.

Espírito: substantivo masculino a parte imaterial do ser humano.

Alma é um termo derivado do hebraico nephesh, que significa vida ou criatura, e também do latim animu, que significa "o que anima".

Corpo. Anatomia. Estrutura física de um organismo vivo (esp. o homem e o animal), englobando suas funções fisiológicas.

Através da regeneração que recebemos em Cristo, o espírito passa ser o homem, chamado de espiritual, a alma é a vida, e o corpo é o templo onde habita o homem espiritual em vida terrena.

No Velho Testamento a palavra espírito, alma e coração, são empregadas no mesmo sentido para descrever o homem interior, mas a distinção entre alma e espírito está em que o espírito se relaciona com Deus e a alma sendo pessoa se relaciona com o mundo animal e suas emoções, sendo assim a alma sente as lutas e emoções, mas o espírito está fortalecido em Deus. Veja o que disse o Salmista Davi:

“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus”. (Salmos 42:11).

O espírito é que nos leva a ter comunhão com Deus na adoração. 

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. (João 4:24).

“Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo Poderoso o faz entendido”. (Jó 32:8).

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”. (1 Coríntios 2:14,15).

 Leitura Complementar

QUESTÕES RELATIVAS A ORIGEM DO HOMEM

                                                                    Zacarias Aguiar.

Quem foi Adão? Quando e como foi criado? Estas são algumas das perguntas que são levantadas em relação a origem do homem. Para estas perguntas, não temos respostas finais, mas podemos fazer algumas considerações.

Adão deve ser visto como uma pessoa real que viveu na história ou apenas uma figura simbólica? A pergunta pode ser difícil, pela dificuldade que temos de determinar o gênero da literatura nesses primeiros capítulos de Gênesis. Para Emil Brunner (1889 – 1966), os capítulos 2 e 3 de Gênesis devem ser entendidos como uma parábola, como a do filho pródigo, uma história que ilustra o que acontece com toda pessoa. Neste caso, Gênesis 2 e 3 não é história é uma espécie de biografia de cada pessoa.

Entretanto, a interpretação de Emil Brunner não parece se harmonizar com o uso que Paulo faz de Adão em Romanos 5:12 e 1Corintios 15:21-22. Nestas passagens, o apóstolo contrasta Adão com Jesus Cristo, referindo-se a Adão como “um só homem”, pelo qual o pecado e a morte entraram no mundo e a Jesus Cristo como “um só” pelo qual veio a graça e a vida eterna. Assim, Adão é tratado como sendo uma pessoa tão real quanto Jesus Cristo. Não teria muito sentido se Jesus fosse visto como “segundo Adão” se o primeiro não foi pessoa histórica. Portanto embora o nome Adão, que significa homem, possa ter um significado simbólico, o mais provável é que Adão existiu como pessoa histórica.

O TEMPO DA CRIAÇÃO

Qual é a idade do homem? A ciência debate-se com esta questão. Os geólogos e antropólogos acharam os ossos do homem Neandertal de 100 mil anos atrás, e falam do homo sapiens que teria dado origem ao homem moderno, há acerca de 30 mil anos. Outros ossos são muitos mais antigos, como o homo faber e do homo erectus (estes de 250 mil anos). Porém Gênesis 4 descreve uma civilização de cerca de 10 mil anos atrás. Quando Adão foi criado? E em qual sentido Adão foi o primeiro homem?

Uma possibilidade é que a descrição de Genesis 4 tenha omitido algumas gerações, e assim aquela civilização é mais antiga do que a soma daqueles anos. Muito tempo pode ter-se passado, com muitas gerações, entre Adão e Caim. O mesmo pode ter acontecido com Adão no Jardim do Édem. Talvez o tempo de Adão possa ser estendido até 30 mil anos atrás, e Caim e Abel dentro de 10 mil anos. Mas isto, se for necessário interpretar o relato bíblico á luz de qualquer verdade cientificamente provada quanto a idade mais antiga do homem sobre a terra.

Outra posição, defendida por Kidner (1979, p. 25-29), é que Adão pode ter sido criado há cerca de 10 mil anos atrás e representa um tipo de homem mais diferente do que aquele primitivo e conhecido pela ciência. Os ossos que os antropólogos acharam teriam pertencido a criaturas que não eram homens, com as características como nós conhecemos e como a Bíblia nos apresenta. Os antropólogos definem o homem com a habilidade de fazer instrumentos (homo faber) ou alguma outra marca na civilização. A Bíblia define o homem em termos de criaturas diferentes, feitos a imagem e semelhança de Deus, segundo essa teoria, teria começado com Adão, e os vestígios descobertos pela ciência não pertencem a essa categoria de homem.

A narrativa bíblica não impossibilita que o homem tivesse uma origem num tempo mais remoto do que aquele de sua cronologia histórica. Também é certo que o personagem Adão representa o tronco de onde o tipo de humanidade que conhecemos procede.

FONTE DA LEITURA COMPLEMENTAR: Aguir, Zacarias. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba: A.D.Santos, 1999. P. 167-168.