Reflexão sobre educação cristã
- Dernival Silva

- 7 de set.
- 6 min de leitura
EDUCAÇÃO DENTRO DA IGREJA
Jesus nos deu o exemplo em sua vida pessoal de santidade, amor, pureza, fidelidade, obediência a Deus e aos pais, sem contar seu zelo e sua prudência.
Um dos maiores apóstolos do evangelho, Paulo, certa vez disse: “sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (BIBLIA, N.T. 1 Coríntios, 11:1). Paulo queria com estas palavras ensinar que Jesus é o melhor exemplo de ser humano a ser seguido e ele dizia que seguia ao Senhor e o imitava e pedia ao povo para fazer o mesmo.
Na vida de todo ser humano há sempre alguém em quem ele quer se espelhar. Já quando criança o filho olha para o pai e quer ser igual a ele, depois com passar do tempo, a criança vai se espelhando também nas pessoas em sua volta, talvez um grande líder ou uma pessoa que você admira muito. O fato é que os primeiros aprendizados que adquirimos é através da imitação. A imitação é um processo de aprendizado através da observação, imitar é copiar algo ou um modo de ser.
O grande perigo no primeiro aprendizado da criança, por meio da imitação é que ela muitas vezes não terá um bom exemplo para imitar e copiar como estilo de vida. Imagina uma criança criada em um contexto de extrema violência, sua primeira aprendizagem será a violência, o xingamento. Não significa que alguém criado por pais ruins sejam ruins, pois chegará um momento que na fase da adolescência para a fase adulta que teremos o poder da escolha. Porém é fato que ainda que essa pessoa se transforme em um grande pacificador, até chegar a tal estagio, passará por muitos conflitos interiores em sua mente, por conta de sua infância violenta.
É importante saber que mudar é possível, basta querer e ser determinado, que com a graça de Deus, tudo é possível ao que acredita.
Não importa qual tenha sido o seu passado, você pode ter uma nova vida de felicidades e ajudar a outros a serem também vencedores.
O papel da igreja na educação cristã é fundamental para ajudar as pessoas que vieram de uma infância turbulenta, que viveram em um cenário de extrema turbulência na família e que de suas casas não tiveram nenhum bom exemplo para seguir.
Assim não podemos confiar e esperar somente da tal educação que vem de berço, pois muitos não tiveram nada de bom para aprender em suas famílias.
Creio que quem ensina na igreja ou mesmo em qualquer outra instituição de ensino precisa ser uma referência a seus aprendizes como Jesus foi referência a seus discípulos e da mesma forma que os apóstolos do Senhor deram seguimento a isso.
Porem antes de falar de educação precisamos saber ao certo o significado desta palavra e seu sentido original.
“Educação é: instrução; civilização, formação das faculdades intelectuais [...]” (DICIONÁRIO DIDATICO BRASILEIRO, p.201).
Sendo a educação um processo de educar e aprender, quem ensina precisa saber com clareza aquilo que vai transmitir a seu receptor ou aquele que receberá o ensino. Sendo este o educador e o aprendiz seu discípulo.
Desta forma vemos que não basta somente o conhecimento do que vai ser ensinado, é preciso também saber transmitir esse conhecimento ao receptor o que levará aquele que vai ensinar a não somente estudar e ter o conhecimento do que vai passar, mas estudar também a forma de transmitir o seu conhecimento de maneira adequada e especifica, de forma que não fique dúvidas na mente do aluno.
Muitos educadores até possuem um vasto conhecimento de determinado assunto que será transmitido, porem muitos desses educadores não tem a arte da transmissão. O bom educador é aquele que conhece o assunto e sabe transmitir. É nesse quesito que entra a oratória que podemos definir aqui como a arte da transmissão, ou melhor, a arte de falar em público.
Por isso a igreja não pode se prender a contar somente histórias de Davi e Golias para as crianças. Devemos sim usar os textos bíblicos para ensinarmos, pois isto é educar por meio da Bíblia e é fundamental. No entanto é necessário um ensino mais preciso e determinante para influenciar de maneira positiva pessoas que muitas vezes não tem nenhuma expectativa de vida e de vitória em suas casas. Não basta ensinar para uma criança quem foi o rei Davi que venceu o gigante Golias, mas é preciso contextualizar para elas que Davi foi um jovem escolhido por Deus, quando nem mesmo em sua casa foi lembrado.
Claro que para cada idade há uma didática de ensino diferente e esse é mais um desafio.
Muitas vezes estamos ensinando crianças de 10 anos na igreja a aprenderem conteúdos de crianças de 3 anos e na escola elas já estão bem à frente no aprendizado. Precisamos conciliar a idade na educação cristã e para isso precisamos de professores capacitados no conhecimento bíblico e também pedagógico para transmitir um ensino conciso.
COMUNICAÇÃO
A comunicação é indispensável no processo de ensino, para sermos bons hermenêuticos e homiléticos.
A comunicação é também fundamental para um bom desenvolvimento dos grupos sociais e éticos. A comunicação nos auxilia a desempenhar um melhor convívio com as pessoas. A comunicação está presente em todas as coisas que executamos e principalmente em grupo. Se queremos resultados eficientes, precisamos nos comunicar bem.
A origem da palavra comunicação vem do latim communicatio, “está encarregado de”, é “uma ação em comum”, pelo qual efetuamos relacionamentos com as pessoas.
Podemos ver em Genesis 1:26, que Deus criou o homem usando o processo da comunicação, “façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. A própria Palavra de Deus é o Senhor se comunicando conosco, nos ensinando a maneira correta de vivermos e segui-lo, guardando os seus estatutos e nos narrando os acontecimentos passados e ainda futuros.
Para que haja comunicação três elementos são necessários: O emissor, o transmissor e o receptor. Sendo o emissor o que emite, o transmissor o meio utilizado para transmitir o que o emissor quer passar e o receptor que recebe todo conteúdo da comunicação.
A comunicação pode ser direta ou indireta, podendo ser pessoalmente ou por meio de algum veículo de comunicação, tais como telefone, carta, filmagem, e-mail, mídias sociais e digitais, entre outras.
É importante lembrar que comunicação não é feita somente por palavra audível, mais também por sinais, gestos, letreiros, desenhos etc.
Para que haja transmissão existem alguns fatores importantes como o estudo, o conhecimento, a cultura, e o dinheiro, que são essenciais.
Aquele que recebe a comunicação, o receptor também necessita de fatores que o influencie direta ou indiretamente, tais como o dia, a noite, o momento, o lugar, o clima e etc.
A comunicação veio antes da escrita, através da fala. Adão deu nome aos animais e também falava com Eva e com Deus. Com o crescimento da humanidade era necessário registrar os acontecimentos para que os outros também tivessem acesso ao que acontecia em suas ausências ou em outros lugares, com isso os desenhos e símbolos foram utilizados. Os primitivos demostravam as outras pessoas sua maneira de viver, eles registravam nas rochas, pedras, cavernas, madeiras e metais.
Os Sumérios e Egípcios, são provavelmente os primeiros que usaram a escrita, isso no estudo científico, porem existem estudos que afirmam ter sido os Chineses e os Maias os criadores da escrita de forma independente. Com tudo no processo de comunicação é muito importante o conhecimento, mas saber transmiti-lo é imprescindível.
A ARTE DA TRANSMISSÃO
Quando falamos em transmitir conhecimentos vamos enfocar algumas técnicas e estudos, que auxiliará o orador, ou seja, aquele que fala, de maneira que este tenha a plena convicção de que o assunto que ele estará transmitindo, será recebido com clareza e neste quesito o transmissor necessita ter um bom conhecimento de oratória.
É certo que, quando falamos de educar ou instruir alguém em certo pensamento, vai muito além do simplesmente falar com uma pessoa dentro de uma sala de aula ou uma palestra. Já foi dito por alguém que educação vem de berço. Porem eu creio piamente que um bom orador pode conduzir uma pessoa a um raciocínio diferente de maneira a influenciar muito no caráter de uma pessoa que não recebeu nenhum exemplo de bom caráter em sua família.
No entanto quando falamos de um orador Cristão, isso vai mais além do que estudar, lecionar e conduzir certo pensamento de alguém. O orador precisa saber conduzir o assunto de forma coerente buscando um aprendizado fácil e que não se torne cansativo para o aluno, o orador precisa chamar a atenção do aluno para aquilo que ele está ensinando.
Uma das maiores dificuldades de muitos oradores é lidar com o público. O orador não pode ter medo de lecionar; seja para qual público for, ele deve estar à frente do auditório ou sala de aula como o comandante naquele momento, o condutor, no qual todos os presentes esperam ouvir dele a palavra coerente para os conduzir no assunto a ser tratado. Se o orador não tiver firmeza em suas palavras não conseguirá convencer seus ouvintes, ainda que esteja falando a verdade.
Dernival Silva (Livro: Igreja educadora; O papel da igreja na educação cristão)




